Thursday, May 19, 2011

Seguindo em frente! (Marching on)

Olá! Essa semana fomos num piquenique maravilhoso e conhecemos famílias lindas, que ainda não conhecíamos! Que delícia saber que tem muito mais gente "colorida" contruindo (ou re-construindo) famílias maravilhosas, com crianças lindas! Conhecemos a bebê Duda, seu irmão Lorenzo e seus papais muito fofos (família maravilhosa, mais do que um exemplo pra todos nós!), conhecemos o fofíssimo do Gael e suas mamães, e também duas mamães grávidas (Théo e João Yuri chegam logo mais!) com suas maridas corujas! Fora as famílias e futuras mamães que já conhecíamos! Adoramos e queremos mais!

Pra comemorar, vou postar aqui um vídeo emocionante feito por um dos coordenadores jovens do Projeto Purpurina (GPH, projeto lindo da Edith Modesto). Vale a pena ver e divulgar! Estou postando a tradução embaixo. Bjos!



Marchando

Para aqueles dias em que me sentia como um erro,
Aqueles momentos em que o amor é o que você odeia,
De alguma forma,
Nós continuamos marchando (seguindo em frente).

Para aquelas noites quando eu não podia estar lá,
Eu fiz mais difícil saber que você sabe,
Que de alguma forma,
Nós vamos continuar seguir em frente.

Há tantas guerras que travamos,
Há tantas coisas que nós não estamos,
Mas com o que temos,
Eu prometo a vocês que,
Nós estamos marchando (3x)

Para todos os planos que fizemos,
Não existe uma bandeira que me cubra,
Não importa se dobre,
Se afundar, nadamos,
Nós continuamos marchando (3x)

Para aquelas dúvidas que giram em torno de nós,
Para aquelas vidas que rasgar as costuras,
Sabemos,
Nós não somos o que nós vimos,

Para essa dança nós vamos se mexer com o outro.
Não há nenhum outro passo de um pé,
Bem na frente do outro.

Há tantas guerras que travamos,
Há tantas coisas que nós não estamos,
Mas com o que temos,
Eu prometo a vocês que,
Nós estamos marchando (3x)

Para todos os planos que fizemos,
Não existe uma bandeira que me cubra,
Não importa se dobre,
Se afundar, nadamos,
Nós estamos marchando (3x)

Direita, direita, direita, direita, esquerda,direita,
Direita, direita, direita, direita, esquerda,direita,
Direita, direita,
Nós estamos marchando.

Terá o dia que partiremos
E nós vamos ter as cicatrizes para provar isso,
Teremos os laços para nos salvar,
Mas nós vamos ter o coração para não perdê-lo.

Por todas as vezes nós paramos,
Por todas as coisas que eu não sou.

Nós colocamos um pé na frente do outro,
Nós nos movemos como nenhum outro,
Vamos que vamos,
Nós estamos marchando.

Há tantas guerras que travamos,
Há tantas coisas que nós não estamos,
Mas com o que temos,
Eu prometo a vocês que,
Nós estamos marchando (3x)

Direita, direita, direita, direita, esquerda,direita,
Direita, direita, direita, direita, esquerda,direita,
Direita, direita,
Nós estamos marchando.

Direita, direita, direita, direita, esquerda,direita,
Direita, direita, direita, direita, esquerda,direita,
Direita, direita,
Nós estamos marchando.

Saturday, May 7, 2011

Feliz Dia das Mães!

Nosso primeiro dia das mães como "mães" e não como "filhas"! Que emoção... esperamos tanto por esse dia! Afinal, ter duas mamães é motivo pra comemorar em dobro, né Elis?!?!

Segue abaixo uma reportagem linda (feita pela Ciça Vallerio, super fofa!) de dia das mães que saiu no Estadão hoje (capa suplemento feminino). Se reconhecerem os personagens é "pura coincidência"... Feliz dia das mães à todas mamães do mundo, especialmente pra minha esposa, minha mãe (amo!), minha avó, minha sogra e minha madrinha

O Estado de S.Paulo - 8 de maio de 2011

Três histórias diferentes se unem num ponto central: a realização do sonho da maternidade. Em todas, as personagens enfrentaram preconceito, discriminação e desamparo judicial para se tornar mães e constituir uma família. Mas valeu a pena atravessar os obstáculos: hoje, esses casais de mulheres festejam em dose dupla o Dia das Mães, ao lado de seus desejados e planejados filhos. Todos nasceram a partir de reprodução assistida, método cada vez mais adotado nas uniões homoafetivas.


Em um apartamento na zona sul da cidade, as pesquisadoras I. e A. celebram a data, pela primeira vez, ao lado da pequena E., de 3 meses. Por terem recebido ameaça homofóbica no blog de autoria de ambas, o Minhas Duas Mamães, omitiram seus nomes. Elas vivem juntas há sete anos e meio e, como muitos casais de lésbicas, tiveram a ajuda de um doador de sêmen para curtir juntas as delícias de uma gestação.


"Decidimos que eu seria gestante primeiro por causa da minha idade", conta I., que é professora universitária, especialista em neurociência. "Como estou com 34 anos e minha companheira, 32, não queria adiar mais por saber que a fertilidade vai se reduzindo à medida que o tempo passa." Elas planejam outro filho para 2012 - e será a vez de A. engravidar. "Desde pequena, sou louca por criança. E queremos que nós duas tenhamos essa experiência", diz A., biomédica que atualmente se dedica ao doutorado.


Em uma casa no extremo oeste da capital, as representantes comerciais Adriana Tito Maciel, de 28 anos, e Munira Khalil El Ourra, de 29, vão fazer uma festa especial no Dia das Mães. Adriana estava com o barrigão de sete meses de um casal de gêmeos quando as duas entraram na Justiça para o reconhecimento de dupla maternidade. Foram cinco recursos negados. Os filhos Eduardo e Ana Luiza nasceram e a batalha judicial só foi vencida em 9 de janeiro deste ano, poucos meses antes de eles completarem dois anos, na sexta-feira retrasada. Na sentença do Tribunal de Justiça do Estado, entre outros trechos, está assegurado "o dever da não-discriminação e igualdade às várias formas de família e aos filhos que delas se originem".


"Espero que, com essa decisão, outras famílias formadas por mães e mães, e por pais e pais, possam ficar legalizadas também", ressalta Munira.


É o que mais desejam as consultoras de negócios Suzana Adachi, de 34 anos, e Gyslaynne Palmerino, de 22. Juntas há 4, se preparam para a maternidade. No apartamento em que moram, na região central, o quarto que atualmente funciona como escritório está reservado para o futuro rebento. Em junho de 2010, elas recorreram à inseminação artificial com o sêmen de um doador anônimo.


Gyslaynne, que sempre quis gerar uma criança, engravidou. Mas, oito semanas depois, perdeu o feto. Passada a fase de frustração, elas se preparam para novas tentativas. O método, porém, será outro: Recepção de Óvulos da Parceira (Ropa). "Queremos que o óvulo da Suzana seja fecundado pelo espermatozoide de um doador anônimo, e depois implantado no meu útero", explica. "Esse processo dará um filho biológico com genética da Suzana e com meu sangue."


Foi por meio da Ropa que Munira e Adriana se tornaram mães - o primeiro caso registrado no País, de acordo com o ginecologista e especialista em reprodução humana Fernando Prado Ferreira, médico que realizou o procedimento nas duas. Mais do que uma escolha, foi a única maneira encontrada para Adriana engravidar. Com uma endometriose severa, ela não tinha óvulos "bons". Por outro lado, Munira os tinha em profusão. Dessa forma, foram transferidos três óvulos de Munira no útero de Adriana. E dois deles implantaram, dando vida aos atuais filhos do casal.


Depois disso, choveram pedidos idênticos na clínica. Os custos do Ropa vão de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Como não há definição na legislação sobre esse procedimento, todos os pedidos foram encaminhados ao Conselho Federal de Medicina para obtenção de um parecer ético.


Desde outubro de 2010, seis casais aguardam o parecer da entidade. Enquanto a pendência não for resolvida, Gyslaynne e Suzana, por exemplo, têm de esperar para se tornar mães.


A reprodução assistida tem sido cada vez mais procurada por casais de lésbicas que querem ter filhos. A morosidade do processo de adoção e a dificuldade de homossexuais em conseguir adotar tem levado muitas mulheres a recorrer à inseminação artificial. Além disso, a divulgação na mídia e em redes sociais, especialmente blogs dedicados à questão da maternidade, e o maior acesso ao método também impulsionaram o interesse.


Segundo o ginecologista Fernando Prado Ferreira, que faz parte da equipe do Centro de Reprodução Humana do Hospital Santa Joana, atualmente, 40% do total de atendimentos realizados em 2010 no local foi de cônjuges mulheres. Em 2008, esse porcentual era de 10% e, em 2005, de menos de 2%. "Como a decisão do CFM está parada, pedimos ajuda jurídica à especialista em direitos homoafetivos Maria Berenice Dias (leia mais à página 8) para nos certificarmos de que há realmente necessidade de uma autorização como essa", conta Ferreira.


Enquanto a burocracia emperra, uma rede de mães duplas trocam informações sobre a conquista da maternidade via reprodução assistida. As pesquisadoras I. e A., mães da bela e sorridente E., fazem sucesso com o blog Minhas Duas Mamães. "Tem um monte de meninas tentando engravidar. Várias delas não imaginavam que isso seria possível sem recorrer à adoção", diz A., autora da página virtual.


Troca de ideias. Elas contam que o blog foi criado para que conhecessem outras famílias com duas mães e que, assim, a filha soubesse que não é a única gerada numa relação homoparental. "Quando crescer, vai ser importante para ela saber que somos uma família normal, independentemente da orientação sexual", diz I.. De quebra, trocam experiências e informações com outras mulheres em situação semelhante.


Seguindo os mesmos passos, mas ainda sem filhos, Gyslaynne e Suzana lançaram o Maternidade Dupla. Ele surgiu inicialmente como um diário, para que o futuro filho pudesse acompanhar a gravidez das duas mães. Com o insucesso da tentativa de inseminação artificial, o blog virou outra fonte de informações variadas e já foi acessado por mais de 36 mil visitantes. É uma legião de casais de lésbicas que, com certeza, não estão nas estatísticas dos 60 mil cônjuges homossexuais apontados recentemente pelo Censo 2010. Muitas preferem a invisibilidade e a discrição para se proteger de agressões homofóbicas. Infelizmente, ainda há quem teime em não aceitar a diversidade humana.


Plantando a semente da tolerância

Jéssica e Carina Ramires são casadas por meio de um contrato de união estável feito em cartório, uma vez que não existe regulamentação legal entre casais homossexuais. Como Jéssica já tinha uma filha biológica de um relacionamento hétero e sua companheira, outra filha nascida de uma produção independente, as duas criaram um grupo para reunir famílias homoparentais para trocar experiências e dicas.


"Quando fomos morar todas juntas, tivemos dificuldades de adaptação", conta Jéssica. "Tínhamos dúvidas com questões práticas e, por mais que amigos heterossexuais tivessem boa vontade em ajudar, não viviam a mesma realidade." Daí surgiu o embrião do grupo que cresceu, se formalizou e ganhou o nome Projeto Pequena Sementeira. Reunir iguais foi a fórmula encontrada para lidar também com preconceito e colocar as crianças para conviver e perceber que não são as únicas com dois pais ou duas mães.

Entre as crianças estão as filhas de Jéssica e Carina, que hoje estão com 12 e 10 anos. O grupo que se encontra uma vez por mês, sempre num domingo à tarde, já chegou a reunir 30 adultos e 16 crianças. Mas falta divulgação para ampliar essa rede de apoio mútuo. Em cada reunião, são realizadas discussões de temas livres, além da participação de especialistas de várias áreas. O grupo agrega também casais sem filhos, mas que desejam se realizar na maternidade ou paternidade.


Interessados e interessadas em participar do Pequena Sementeira devem enviar e-mail para contato@ projetopequenasementeira.org.

Cinema e TV abordam o tema

As uniões homoafetivas são cada vez mais retratadas no cinema e na TV. Até o IBGE, pela primeira vez, apresentou no Censo 2010 a declaração de 60 mil cônjuges gays. O tema está inserido, ainda, em Amor e Revolução, nova novela do SBT: a atriz Luciana Vendramini interpreta uma lésbica. Nos breves lançamentos em DVD está o premiado Minhas Mães e Meu Pai - indicado a quatro Oscar este ano, entre os quais o de melhor atriz pela atuação de Annette Bening. Ela e Julianne Moore fazem o papel de um casal com dois filhos gerados por inseminação artificial. O filme tem direção de Lisa Cholodenko - ela própria casada com uma musicista. Ambas são mães de um garoto gerado a partir do sêmen de doador anônimo.

Thursday, May 5, 2011

Somos uma família! Obrigada STF!!!


Enfim somos uma família também no Brasil! Já nos considerávamos entidade familiar, é claro... mas ter o reconhecimento nacional é demais! Que noite feliz! E que presentão de dia das mães que ganhamos! Quem sabe um dia vão também reconhecer nosso casamento aqui no Brasil!

As coisas ainda parecem estar meio "no ar" em relação à adoção... e ninguém comentou nada sobre famílias como a minha (inseminação assistida). Como faremos? Até então, eu precisaria entrar na fila de adoção da vara da infância pra adotar a Elis.... agora naõ sei se ainda terei que fazer isso ou se poderemos entrar com um processo pra registrar a Elis no nosso nome, sem passar pela adoção. A Munira e Adriana conseguiram registrar as crianças sem passar pela adoção porque fizeram inseminação in vitro, com o óvulo de um na barriga da outra, mas esse não é o nosso caso... Enfim, existem muitas formações familiares e a justiça vai ter que se adaptar à nova situação!

Estamos muito felizes com a notícia! A Elis tá domindo aqui do lado (tomou duas vacina hoje!) e nem imagina que dia importante foi esse!

Boa noite à todos!

Aggy

Wednesday, May 4, 2011

Julgamento STF, Cinematerna e 3 meses da Elis!

Olá!
Julgamento STF
Estava assistindo ANSIOSA o julgamento do STF sobre os nossos direitos. Se for aprovado, nós seremos reconhecidas como entidade familiar e será MUITO mais fácil o processo para eu registrar a Elis como mãe. Vamos torcer! Infelizmente a votação foi suspensa até amanhã. Espero que eles tenham bom senso!

De acordo com o censo, foram registrados 60 mil pessoas vivendo com parceiros do mesmo sexo (em união estável), o que foi bom pra abrir os olhos das pessoas... mas acho muito pouco perto de muitos milhões de Brasileiros... ainda acho que tem muito mais gente, que talvez ficaram com receio de se "assumir" para o censo, ou que vivem juntos, mas não tem o contrato de união...

Nós temos um contratinho reconhecido em cartório, pra podermos ter um plano de saúde familiar (eu+Bel+Elis), mas ainda não fizemos a "versão completa"...rs.... se isso for aprovado nós provavelmente faremos algo mais sério. O que dá raiva é que casamos DE VERDADE e não é reconhecido por aqui...afe... vamos aguardar até amanhã!

3 meses da Elis
Pois é, nossa florzinha fez 3 meses de vida!!! Como passa rápido! Ela está gargalhando, descobriu as mãozinhas, agarra tudo que passa pela frente, e leva tudo pra boca (está adorando mordedores!), e está manipulando as mamães mais do que nunca!

Eu estava pensando (após ver o post da Mariah) que na verdade, pra nós, ela tem muito mais tempo de vida! Já faz 1 ano que fizemos a inseminação, 1 ano que eu coloquei o "líquido mágico" dentro da Bel pra fazer nossa Elis, 1 ano que eu fiquei noites sem dormir aguardando o dia de fazer o teste (ou fazer "oS testeS", já que eu comprei 3 na farmácia!).

Elis e mamães no cinema!
Pra comemorar o "mesersário" da pequena, nós fomos ao cinema assistir VIPs, um filme ótimo! O Cinematerna (site aqui) é especial pra mamães com bebês pequenos. A luz fica meio acesa, o som é baixinho, tem trocador com produtos da Natura e fraldas de todos os tamanho pras mamães usarem, e as meninas passam servindo água durante a sessão. A maior mordomia! ADORAMOS! A Elis ficou quietinha, mamou, dormiu e acordou brava depois de um tempo, bem na hora que acabou o filme (UFA!). O mais engraçado é o "som ambiente" que fica no cinema, devido aos pequeninos: é arroto, pum, cocô, nhé-nhé, gu-gu, chorinhos... e ninguém liga! Muito engraçado! Recomendo à todas as mamães!

Ainda sobre amamentação dupla (e doação de leite!)

Só queria completar o assunto. Quando a gente fala em amamentação compartilhada, pode dar a impressão que dá menos trabalho, pois é um trabalho dividido. Na verdade, dá muito mais trabalho, pras duas mamães! Por exemplo, quando eu vou amamentar, tem que descobrir o exato momento que ela vai ficar com fome, correr no freezer, descongelar o leite em banho maria e torcer pra Elis não se desesperar antes de preparar tudo pra eu amamentar. É um corre-corre danado! Além disso, a Bel tem que correr e bombear leite do peito que ela daria pra Elis, pra não acumular muito. Então quando eu amamento, é trabalho pras duas...rs... pelo menos por enquanto! A sorte é que a Bel produz muito leite, ela produz tanto que doamos pro banco de leite. A Bel consegue retirar leite pra doar numa quantidade super boa! Mais que um litro de leite por semana (uns 3 potões daqueles de maionese!). Acho ótimo porque doamos pra um hospital público, que tem bebês prematuros com mães que não tem condições financeiras e que não estão produzindo leite.

UFA, acho que escrevi demais... vários assuntos num post só!

Estamos ansiosas pro nosso primeiro Dia das Mães!!!

Beijos

Aggy