Escolhendo o doador

Escolhendo o doador...


Olá meninas e futura mamães! Hoje foi a nossa primeira consulta na médica. Ainda não deu pra ouvir o coraçãozinho da nossa sementinha, mas a médica disse que ainda é cedo. Estamos com 7 semanas e meia, e nosso bebê já tem bracinhos, perninhas, olhinhos e o coração já está batendo. Ficamos imaginando o quanto nossa criancinha terá do doador... A escolha foi difícil...


Escolhendo o doador

Bom, começamos nossa busca muito tempo antes de inseminar, quando ainda estávamos planejando (uns 6 meses antes). Nos catálogos daqui dos Estados Unidos, você pode escolher baseado em raça, cor dos olhos, cabelos etc... Fomos bombardeadas com muitos números e caratterísticas e não vou negar que a sensação de estar indo às compras foi estranha. Enfim, acabamos por escolher um doador com a carga genética e semelhança física a mim (Aggy). Eu sou mestiça e achamos poucos mestiços-doadores. No final, a escolha acabou sendo mais pela saúde. O nosso doador parecia bem saudável, e sem histórico familiar de doenças genéticas, cardíacas ou câncer. Comseguimos comprar uma foto de quando ele era bebê e achamos a carinha dele simpático.

No nosso contrato, escolhemos um doador anônimo, mas com a condição que eles chama de "indentity release". Isso significa que quando a nossa filha(o) tiver 18 aninhos, ela(e) poderá contactar o doador, e ter acesso à todas informações dele (nome etc...). Achamos isso muito importante, ou seja, nosso baby terá a opção de conhecer ou não o doador.

Quanto a presença de uma figura "paterna" na vida da criança, já foi comprovado que não é necessário. Vários estudos científicos mostram que filhos de pais e mães homossexuais se desenvolvem igual ou melhor do que filhos de pais heterossexuais. Então o que importa mesmo é a criação que vamos dar aos nossos bebês tão amados! Conheço crianças que são frutos de doador anônimo e elas estão muito bem. Sim, é importante para a criança ter exemplos de ambos os sexos, mas isso pode vir de tios, avôs e amigos próximos. Beijos a todas!

Aqui esá a pesquisa mais recente mostrando que Filhos de lésbicas tem menos problemas que de famílias heterossexuais:

Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira (07/06/2010) na Pediatrics mostra que, em média, os filhos de casais de lésbicas têm menos problemas de autoestima e confiança, vão melhor na escola e têm menos risco de desenvolver distúrbios comportamentais, como agressividade.

O resultado surpreendeu os pesquisadores, Nanette Gartrell, professora de psiquiatria da Universidade da Califórnia, e Henry Bos, cientista comportamental da Universidade de Amsterdã, como descreve uma reportagem da Time. Eles esperavam encontrar resultados semelhantes aos de pesquisas anteriores, que mostravam que a orientação sexual dos pais não influenciava o desenvolvimento e as relações sociais das crianças. Mas acabaram notando que as crianças que haviam crescido em um lar lésbico, apenas com a mãe homossexual ou com a mãe e sua parceira, tinham melhores resultados em alguns quesitos do que aquelas criadas em lares heterossexuais.

O estudo de Gartrell e Bos acompanhou 84 famílias de lésbicas desde 1986. As mães responderam a questões sobre os relacionamentos, o comportamento e o desempenho acadêmico de seus filhos em cinco vezes, em anos diferentes. Os pesquisadores também entrevistaram as crianças quando elas completavam 10 anos e, quando tinham 17, elas também responderam a questionários sobre seus relacionamentos com os colegas e comportamento.

Crescer numa família diferente da tradicional não é exatamente fácil: 41% das crianças disseram ter sofrido algum tipo de discriminação por causa da situação. Mas o peso do preconceito diminuía conforme as crianças cresciam. Aos 17 anos, elas não eram mais estressadas do que os adolescentes criados em lares heterossexuais.

Os pesquisadores não entenderam muito o resultado da pesquisa – não estavam esperando encontrar qualquer diferença –, mas arriscam uma explicação. “As mães estão mais envolvidas na vida das crianças”, disse Gatrell. “E isso é sempre uma boa receita para garantir um desenvolvimento saudável. Estar presente, conversar sempre, ir à escola, ver o que está acontecendo por lá é muito, muito importante”.

É muito cedo para tirar conclusões sobre o efeito da orientação sexual dos pais na criação dos filhos – poucas famílias foram estudadas e poucos estudos são de longo prazo, como esse. Mas não deixa de ser interessante notar que a maioria das pesquisas não encontrou nenhuma diferença no desenvolvimento de crianças criadas em lares hétero e homo e que o estudo publicado hoje sugere até uma certa vantagem.

Lendo sobre a pesquisa me lembrei do caso de Munira Khalil El Ourra e Adriana Tito Maciel (foto), que tiveram gêmeos e lutavam para registrá-los no nome de ambas. E da decisão do Superior Tribunal de Justiça, que reconheceu o direito de adoção para casais de mesmo sexo.

A Justiça e a ciência estão do lado dos pais de qualquer orientação sexual que sejam capazes de criar com amor e cuidado seus filhos naturais ou adotados.

Mas, ao que parece, uma boa parte população brasileira reluta em aceitar essas novas famílias. Segundo uma pesquisa feita pelo Datafolha e divulgada no começo deste mês, 51% dos brasileiros acham que os gays não devem ter direito de adotar uma criança.

Qual a sua opinião sobre o assunto? O que é preciso para criar uma criança feliz?